Dor de amor pode doer fisicamente

Abri a caixa de pandora de mensagens velhas para grandes amores. Agora estou aqui com o peito doendo, como se tivesse acabado de viver cada emoção. Como cartas escritas em 2015 podem ainda doer, gerar calafrios e te tirar do prumo? Todos os sentimentos deveriam ser superados. Ainda mais, quando machucaram. E a ferida, ainda não totalmente cicatrizada, tem uma casquinha tão frágil.

Memórias

Ontem abri mão de um evento que gosto muito mas não consegui lidar com a lembrança de que a primeira vez que estive lá, foi inesquecível, marcante e maravilhoso.

Como não ser feliz naquele grau de intensidade como já fui um dia?

Não ter um beijo épico filmado por uma TV local, uma bebedeira antológica, a gargalhada feliz?

Acordei com uma sensação de não quero viver se não for feliz daquela mesma forma. Senão for intenso, por que vou sair de casa?

Para piorar este sentimento nostálgico, assisto um especial sobre a carreira do Pearl Jam. Até hoje me lembro deste show, talvez não tenha sido a melhor lembrança mas, sem dúvida, nada substitui a primeira vez que vivemos algo. Ano passado assisti mais um show da banda de Seattle, também foi ótimo. Porém não senti o mesmo frio da barriga, os amigos não estavam mais lá. Eram outras pessoas especiais mas não era aquela sensação de passar pela experiência sem nunca ter vivido ela antes.

Como lidar com memórias de algo intenso numa vivência amena?

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Duas vezes terminei relação no dia dos namorados, devo ter um karma ruim ou fiz  algo para o santo Antônio.

Tento não ser uma pessoa má, de diversas formas. Mas a minha mania infantil de ser verdadeira me coloca em apuros.

A primeira relação pós-divórcio começou toda torta. O namorado já com planos de dividirmos um teto e eu ainda tentando entender o boeing que atropelou. Difícil não estar carente e confusa neste cenário. Mas não estava preparada para casar de novo após pouquíssimos meses de separação. Como uma novela mexicana, comecei a chorar quando trocamos presentes no dia dos namorados, como aquela cena não fizesse parte de mim. Não queria estar ali com aquela pessoa tão devotada. Deve ser a mesma sensação de quem abandona o noivo no altar, uma aflição, uma escolha de uma vida. Até hoje carrego culpa por não ter terminado antes ou depois, mas não consegui segurar a sinceridade dos meus sentimentos naquele instante.

Neste ano, estava numa relação que não vingava, já sabia que ia acabar, não por minha escolha. Como eu não queria terminar, fiquei esperando o infeliz tomar iniciativa. Eu pertenço ao mundo que homens nunca terminam e isso é um inferno. Porque você olha e fala: – Cadê a relação que estava aqui? Ih, fugiu.

O sádico resolve enviar mensagens sobre a conjuntura econômica mundial num sábado à noite, véspera do dia dos namorados. Nada de palavras como estou com saudades e vamos tomar um vinhozinho juntos para espantar este frio glacial que atingiu o Rio de Janeiro nestes dias. Um torpedo de amiguinhos depois de dias te evitando, é meio estranho e sem propósito. Não sou mulher de ficar guardada na geladeira, como uma pizza velha e dormida.

Para não prolongar a relação que nem começou direito após seis meses de encontros em todos finais de semana, saídas com a família e amigos, mensagens que eram diárias no celular mas que começaram a ficar raras, mas não era um namoro, fechei este ciclo do quase mas bateu na trave.

Quando eu era mais nova, a data comemorativa era muito especial. Eu sonhava em ter minha alma gêmea para poder viver este romance todo. Porém, vivi tantos anos acompanhadas e tantos outros sozinhas. Já tive até crush casando neste dia e eu sofrendo em casa. Mas tudo passa, né. Hoje é apenas uma data, que se eu estiver acompanhada vai ser da hora e se estiver sozinha vou fazer tantas coisas legais também. Antes só do que mal acompanhada e já estive em boas e más companhias. Valorizo a pessoa que eu amo tanto, que sou eu mesma.

Vesti minha melhor jaqueta, caprichei na maquiagem, conferi o meu visual  no espelho e fui assistir um show cover dos beatles. Porque “all you need is love”, principalmente o amor próprio. Nada como dançar um rock anos 60 para fechar e iniciar novo ciclo.

 

 

Compreensão e agradecimento

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O sonho da minha vida era casar. Na minha experiência de 23 anos, encontrei o cara que iria chamar de marido uns anos depois. Tínhamos tudo a ver, projetos iguais, éramos amigos, nos divertíamos juntos, trocávamos intelectualmente, gostávamos da mesma coisa, pensávamos de forma parecida a questão financeira e etc.

Era meu sonho, tinha o cara e achei que só isso bastava. Mas a conta nunca é assim 2+2. Não posso negar a importância do meu ex-marido na minha vida. Ele foi muita coisa mesmo, se escrevesse um livro autobiográfico, este passado seria determinante no que sou hoje do ponto vista pessoal e profissional. E teria muitas páginas.

Mas teve o lado ruim, que também me destruiu. E por isso o casamento acabou.

Quando fui embora, não larguei apenas o sonho de uma família, larguei meu grande amigo desde os 16 anos, meu parceiro, uma pessoa que me deu um pouco de luz num período de trevas. Mas esta pessoa tb, me deixou num poço fundo, me destruiu, mexeu com minha sanidade e auto-estima.

Fui embora largando seis anos da minha vida, anos que tinham sido os melhores até aquele momento, sem nenhum contato com amigos, familiares e lugares em comum.

O objetivo era reconstrução do que tinha sobrado de mim depois de tudo que foi remexido. Seis anos vivi ao lado dele e seis anos passaram e me encontro no tempo atual. Confesso que lamentei muitas vezes o sonho perdido, de uma forma meio torta e ineficaz, tentei retomar o meu grande projeto.

Mas Deus, o destino, o universo tinham outros planos para minha vida.

Só o tempo, com todo sofrimento que senti, mas com toda maturidade que adquiri. E por quê não? Com toda felicidade de um novo caminho que trilhei, posso dizer, a vida reservou o melhor.

Não é fácil abrir mão de um sonho, mas certas coisas precisam acontecer no momento e com a pessoa certa. Ainda estou no processo de maturidade.

Apesar de toda mágoa, da criança ferida que perde, compreendi que o melhor aconteceu. As conquistas individuais de reconstrução e evolução foram divinas.

Revendo minhas maluquices, vi tantos momentos felizes, apesar dos tropeços e tristezas. Faz parte. Caminhar sozinha dá medo, mas dá auto-confiança. Ainda vou longe, mas até agora fui muito além do que poderia imaginar quando tinha 23 anos.

Fiz novos amigos, apaixonei intensamente várias vezes, viajei por tantos lugares, aprendi tanta coisa e foi tudo muito intenso. Não tenho o que reclamar. Fui feliz antes, durante e depois. E hoje só posso agradecer por tudo que vivi e aprendi.

Obrigada

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Deus reconhece o meu valor

Raridade

Anderson Freire

Não consigo ir além do teu olhar
Tudo o que eu consigo é imaginar
A riqueza que existe dentro de você

O ouro eu consigo só admirar
Mas te olhando eu posso a Deus adorar
Sua alma é um bem que nunca envelhecerá

O pecado não consegue esconder
A marca de Jesus que existe em você
O que você fez ou deixou de fazer
Não mudou o início, Deus escolheu você
Sua raridade não está naquilo que você possui
Ou que sabe fazer
Isso é mistério de Deus com Você

Você é um espelho que reflete a imagem do Senhor
Não chore se o mundo ainda não notou
Já é o bastante Deus reconhecer o seu valor
Você é precioso, mais raro que o ouro puro de ofir
Se você desistiu, Deus não vai desistir
Ele está aqui pra te levantar se o mundo te fizer cair

Explosão

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Minha alma está em ebulição, o vazio é preenchido com vontade de saborear coisas novas, de voltar ao interesse de viver.

Tanto tempo triste sem ter nada que me desse prazer, só a comida me preenchia.

Um dia inteiro que o meu interior precisava se expressar escrevendo, fotografando, expondo minha arte e meu dom. Inquietude. Angústia.

Esta explosão criativa está me fazendo bem, porém traz aquela sensção de não conseguir estar no mesmo lugar, com as mesmas pessoas e vivendo da mesma forma.

Sinto um chamado de mudança mas não sei por onde ir.

No último fim de semana, fui a Inhotim (complexo museológico com uma série de pavilhões e galerias com obras de arte e esculturas contemporâneas expostas ao ar livre) e pude entrar em contato com meu centro que pulsa. Não foi uma experiência fácil, porém muito proveitosa e evolutiva.

Desapego do passado

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Escolhi para este ano uma meta “super simples”, desapegar do passado.

Não está sendo fácil, o universo tem caprichado em uns testes bem “bacanas”.

Um dos grandes amores da sua vida retornou dizendo que está com saudades, me elogiou e comparou meus olhos com os da Capitu. O primeiro namorado me adicionou no facebook e falou que fui o grande amor da vida dele. O caso que lamentei quando acabou, que me procura para contato profissional (e que contato, o cara está numa posição de destaque). O outro que me largou por outra, divorciado e vizinho de novo da minha família. Três amigos coloridos do passado me curtindo em redes sociais de relacionamento. Juntando isso, minha enorme carência.

Até agora, estou conseguindo dar um “xô” meio estabanado no passado.

Universo, me ouça, já está na hora de eu ter uma linda e infinita história de amor, com muita paixão, admiração, orgulho, leve e aceitação por mim mesma.

Se o passado que apareceu, não trouxer uma lição de evolução de mim mesma, por favor, volte da onde saiu.

Pai separados

Sou filha de pais divorciados. Todos os dois criaram novas famílias. Como muitas separações teve muitas brigas. E eu ali no meio. Achava tudo um saco, mas quando se é criança, não tem muito para onde ir.

Hoje também sou divorciada. Minha diferença é não ter filhos para compartilhar com alguém que não faz mais parte do meu mundo.

Após 30 anos, de uma aparente calma, meu pai resolve pedir a cópia da certidão de averbação do divórcio para minha mãe e me usou como interlocutora. Resumo, desconfianças da minha mãe (ela tem os motivos dela) e ter que aturar uma briga que não é minha.

Já tive um ex-marido com estas questões de cópias e desconfianças. Sinceramente, tudo que não queria, são problemas que não são meus.

Me livrem desta.

Quando o inesperado acontece

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Obrigada Universo, pelos meus presentes.

Pelas coisas inesperadas, que são maravilhosas.

Nem todas minhas férias vem de um planejamento, quando vejo elas já estão planejadas pela mão do invisível, e acontece sempre de uma forma que nunca imaginei, mas o resultado é mais do que satisfatório.

Assim viajei a primeira vez de avião e de navio. Fui para longe, conheci novas pessoas, estreitei amizades, cumpri missões. Deste jeitinho.